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Como é a nova tecnologia de arma a laser desenvolvida pela China

Suposto novo sistema de resfriamento elimina o calor residual em armas de laser de alta energia, permitindo que elas operem sem restrições


Novo sistema permite que lasers de alta energia operem “infinitamente”, segundo desenvolvedores
Foto: Thanh Nguyen/Unsplash

Cientistas da Universidade Nacional de Tecnologia de Defesa, na China, afirmaram que desenvolveram uma nova tecnologia capaz de criar armas a laser de poder infinito.

Até agora, as altas temperaturas atingidas durante o uso eram os maiores impeditivos para o bom funcionamento dos aparelhos. O novo sistema anunciado pelos pesquisadores militares elimina completamente o acúmulo de calor residual no equipamento, permitindo, com o resfriamento, que as armas operem sem restrições.

De acordo com os cientistas, o novo sistema de refrigeração utiliza um gás para eliminar o calor excessivo, liberando o produto simultaneamente a cada disparo.

A tecnologia que controla o calor pode revolucionar táticas existentes e tem o potencial de redefinir as capacidades militares, já que aumenta consideravelmente o alcance e os danos causados pelos lasers em combate.

Com o suposto poder de operar infinitamente sem superaquecimento, os lasers de alta energia podem mirar alvos por períodos mais longos, aumentando a precisão e causando mais estragos. Além disso, o alcance maior pode alterar as estratégias de combate, permitindo que forças ataquem ameaças à distância e minimizem os riscos para o pessoal militar.

Detalhes mais precisos sobre o funcionamento do novo sistema de resfriamento não foram divulgados publicamente. Também não está claro quando essa tecnologia estará disponível para uso operacional.

(Fonte: Laura Intrieri Redação Byte) - 12/09/2023
Ford contrata ex-executivo da Apple para construir novos serviços digitais e de assinatura

A Ford Motor nomeou nesta segunda-feira o ex-executivo da Apple Peter Stern como presidente de sua recém-formada unidade Ford Integrated Services, para ajudar a construir novos serviços digitais e de assinatura.

Stern, que anteriormente supervisionava a Apple TV+, o iCloud e o Apple News+, reportará ao presidente-executivo da Ford, Jim Farley. Em sua nova função, Stern se concentrará na integração de hardware, software e serviços nas unidades Ford Blue, Model e Ford Pro da empresa.

Assim como outras montadoras norte-americanas, a Ford está buscando expandir além de seu modelo de negócios tradicional de venda por atacado para revendedores e gerar receitas recorrentes a partir de serviços conectados aos seus veículos, assim como a Apple fez com seus produtos de hardware.

Stern se junta a uma equipe executiva da Ford que inclui Doug Field, outro ex-Apple que é diretor de desenvolvimento de produtos avançados e tecnologia. Em maio, a rival General Motors também contratou um ex-executivo da Apple, Michael Abbott, para liderar seu negócio de software.

Em uma coletiva de imprensa nesta segunda-feira, Farley disse que uma nova arquitetura digital de veículos, prevista para 2025 com a chegada dos veículos elétricos de próxima geração da Ford, possibilitará o desenvolvimento de novos serviços para clientes tanto varejistas quanto comerciais.

A Ford tem agora mais de 550.000 assinantes pagos de software e serviços, sendo mais de 80% deles por meio da unidade comercial Ford Pro.

Esse negócio está gerando "centenas de milhões de dólares" em receita, disse Farley, "com margens enormes" de 50% ou mais.

Stern disse que a Ford planeja criar "pacotes de serviços" que proporcionarão "experiências mais seguras, convenientes e produtivas".

"A base para a diferenciação está mudando dos veículos em si para a integração de hardware, software e serviços", disse Stern.

(Fonte: Nathan Gomes e Paul Lienert) - 14/08/2023
Lei Gompertz-Makeham: o modelo que calcula quanto tempo os humanos podem viver

Artigo publicado em 1825 mudou a maneira como as pessoas calculavam os seguros de vida, mas há perguntas sem resposta até os dias atuais.


Ilustração de homem segurando guarda-chuva enquanto atravessa rio caminhando sobre pedras enquanto relógios flutuam ao redor dele

Foto: Getty Images / BBC News Brasil
A natureza tem de tudo — inclusive enormes diferenças na expectativa de vida dos seres vivos.

Enquanto o Ephemeroptera, aquele inseto voador conhecido como efemérida, vive apenas 24 horas, a Turritopsis dohrnii também faz jus ao seu nome: a água-viva imortal.

Minúsculas e transparentes, elas têm habilidades extraordinárias de sobrevivência: voltam às suas formas juvenis em tempos de estresse, como quando são feridas fisicamente ou estão com fome, e, teoricamente, podem viver para sempre.

Elas parecem ter encontrado aquela fonte mítica da juventude que os humanos não param de procurar.

A história mais antiga que conhecemos, A Epopeia de Gilgamés, é sobre esse desejo.

Gravada em tabuletas de argila há quatro milênios na Mesopotâmia, ela conta a jornada empreendida pelo rei Gilgamés em busca de uma maneira de vencer a morte.

O que ele encontra é o sentido da vida:

"Humanos nascem, vivem e depois morrem,

esta é a ordem que os deuses decretaram.

Mas até o fim chegar, aproveite sua vida,

gaste-a em felicidade, não em desespero."


A água-viva imortal consegue o que muitos humanos desejavam
Foto: DR. KAREN J. OSBORN / BBC News Brasil

Seus conselhos, porém, não foram ouvidos, e até hoje existem cientistas nos melhores centros de pesquisa do planeta cuja missão se assemelha à do rei Gilgamés.

Apesar de todos os esforços, no momento, nossa expectativa de vida média global é de 73,4 anos (segundo estimativa da Organização Mundial da Saúde de 2019).

Embora essa idade tenha aumentado, existe uma lei sobre a vida e a morte que continua em vigor desde que foi formulada, há quase dois séculos.

As probabilidades do inevitável
Curiosamente, essa lei sobre a expectativa de vida do ser humano não veio de uma área da Ciência que buscava a imortalidade, ou prolongar a vida, mas de outra área do conhecimento que também se interessa pelo tema da longevidade: a Ciência Atuarial.

É a disciplina que aplica modelos estatísticos e matemáticos para avaliação de risco, principalmente nas indústrias de seguros e financeiras.

Mais especificamente, o objetivo da lei era tornar mais confiável a ciência de calcular as taxas apropriadas para vender e comprar rendas vitalícias.

E quem marcou uma nova era para essa ciência foi o matemático Benjamin Grompertz, que era da área de seguros, no século 19.

Em 1825, ele apresentou um artigo intitulado Sobre a natureza da função expressiva da lei da mortalidade humana e sobre um novo modo de determinar o valor das contingências da vida, à Royal Society, em Londres.

Era um modelo matemático que estabelecia que o risco de morte aumenta exponencialmente à medida que envelhecemos e agora é conhecido como Lei da Mortalidade Humana de Gompertz.

À primeira vista, parece óbvio e, de fato, é em parte.

Com o passar dos anos, nossas células param lentamente de se dividir, colocando uma carga maior sobre as que permanecem, que se deterioram até que nossos corpos não possam mais continuar.

Mas a chave está na palavra "exponencialmente".

Grompertz havia analisado relatórios sobre taxas de mortalidade e detectado um padrão.

Um mistério



Ilustração de mostra batimento do coração chegando a zero
Foto: Getty Images / BBC News Brasil
A lei é basicamente um cálculo da probabilidade de morrermos em um determinado ano.

Ou seja, se lhe fizessem a pergunta incomum sobre quais são as chances de você morrer no próximo ano, o que você responderia?

Uma em mil? Uma em 1 milhão?

Seja qual for o seu cálculo, essa probabilidade dobrará a cada 8 anos.

Se você tem 25 anos, sua chance de morrer no próximo ano é minúscula: 0,03%, aproximadamente uma em 3.000.

Aos 33, é cerca de uma em 1.500. Aos 42, uma em 750 e assim por diante.

Quando você chegar aos 100 anos, a probabilidade de viver até os 101 terá caído para 50%.

Desde que Gompertz propôs sua lei, os dados das estatísticas de mortalidade a confirmaram, ajustando-a quase perfeitamente a um grande número de países, períodos de tempo e até mesmo a diferentes espécies de animais.

Embora a expectativa média de vida real mude, a mesma regra geral de que "a chance de morrer dobra a cada X anos" ainda é válida.

Isso, além de surpreendente, é misterioso: não se sabe ao certo por que é assim.

Mas há dois "poréns".

Algo além e raro

O primeiro "porém" é que, como você deve ter notado, o modelo do qual estamos falando é chamado de lei de Gompertz-Makeham, então está faltando alguma coisa.

E isso foi acrescentado em 1860 por William Makeham, outro atuário britânico, quando ele propôs que o modelo de Gompertz poderia ser melhorado adicionando uma constante, independente da idade, ao crescimento exponencial.

O modelo Gompertz funciona muito bem em ambientes protegidos onde as causas externas de morte são raras, como em condições de laboratório ou países com baixa mortalidade.

No entanto, como sabemos, não importa quão jovem ou velho você seja, a vida pode ser fatalmente interrompida por outros motivos, como acidentes, desnutrição, doenças e assim por diante.

Gompertz já havia assinalado isso: "É possível que a morte seja consequência de duas causas geralmente coexistentes; uma, o acaso, sem disposição prévia para morrer ou a deterioração; a outra, deterioração ou maior incapacidade de resistir à destruição".

Mas foi Makeham quem acrescentou esse componente à fórmula matemática, um fator mais variável do modelo, que pode ser atenuado com a redução de riscos socioeconômicos e geopolíticos.

Avanços na Ciência, Medicina e saneamento, por exemplo, significaram menores taxas de mortalidade em todos os países.

Assim, essa lei destinada ao campo da venda de apólices de seguro tornou-se uma ferramenta valiosa para demógrafos e sociólogos, assim como para biólogos e biogerentólogos.

O outro "porém" é intrigante e ainda está sob investigação.

A lei da mortalidade de Gompertz-Makeham descreve a dinâmica da idade da mortalidade humana com muita precisão na janela de aproximadamente 30 a 80 anos.

Mas alguns estudos descobriram que em idades mais avançadas as taxas de mortalidade aumentam mais lentamente, um fenômeno conhecido pelos cientistas como "teoria da desaceleração da mortalidade na velhice".

O próprio Gompertz parece ter previsto esse platô de mortalidade mais tarde na vida, pois observou que as tabelas de vida humana mostravam que, a partir dos 92 anos, a taxa de mortalidade anual era quase constante em 0,25.

Por que a lei deixa de vigorar após os 80 anos? O que muda quando você atinge essa idade? Os especialistas ainda não têm a resposta para essas perguntas.

(Fonte: BBC News Brasil) - 14/08/2023
Psicanálise é ou não ciência? Entenda polêmica levantada por Pasternak e Orsi

Profissionais do setor afirmam que livro " Que Bobagem", de Natalia Pasternak e Carlos Orsi, ignora estudos científicos sobre a psicanálise


Veja opinião de especialistas sobre enquadramento científico da psicanálise
Foto: Freepik

A relação entre psicanálise e ciência voltou a chamar atenção após o livro "Que Bobagem" , recente lançamento de Natalia Pasternak e Carlos Orsi, definir o legado de Sigmund Freud como uma "pseudociência". 

Um dos principais pontos dos autores é a ausência de estudos que comprovem a eficácia da prática. Mas, segundo estudiosos da área, o argumento detém problemas. Psicanalistas vieram a público afirmar que Pasternak e Orsi ignoram estudos que seguem padrões metodológicos científicos e mostram a eficácia da prática psicanalítica.

"Todos eles mostram que a psicanálise segue rigorosamente os mais criteriosos parâmetros da ciência. Então ela é sim uma ciência, segundo esses parâmetros. Isso não é uma opinião, é um fato", diz Rogerio Lerner, psicanalista membro da Sociedade Brasileira de Piscanálise de São Paulo (SBPSP).

Cristian Dunker, psicanalista e professor de psicologia da Universidade de São Paulo (USP), acredita que a psicanálise até pode não se enquadrar no conceito de ciência específico tratado pelos autores — o qual, por si só, já é repleto de problemas e contradições próprias. 

Mas, na visão dele, isso não significa que a prática não tenha evidências comprovadas, como argumentam Pasternak e Orsi.

"Temos evidências, participamos do debate científico, estamos na história da ciência. E pelas evidências e pesquisas que a gente dispõe, a psicanálise não é uma pseudociência", diz.

O fato é que, para decidir se a psicanálise está ou não na família das ciências, é preciso também responder a outra pergunta igualmente polêmica: o que é, afinal, ciência? Veja como especialistas procurados pelo Byte encaram a discussão toda.

O que é a psicanálise?
A psicanálise é uma abordagem terapêutica e teórica desenvolvida por Sigmund Freud no final do século 19. Ela busca compreender a mente humana, seus desejos e conflitos inconscientes e os impactos na vida cotidiana dando importância aos sonhos, linguagem e memórias reprimidas.

"A aposta que Freud faz é um tratamento em que o paciente possa falar livremente os pensamentos que vêm a sua cabeça, a respeito daquilo que ele sofre. O sofrimento humano estaria associado às relações humanas, principalmente no que ficou marcado da infância", diz Maycon Torres, doutor em psicologia e professor da Universidade Federal Fluminense (UFF).

Existem várias vertentes de psicanálise, e o trabalho de cada profissional varia muito. Mas, no geral, durante uma sessão, o terapeuta escuta atentamente e interpreta padrões enquanto o paciente fala.

"A partir do momento em que a pessoa pode falar livremente sobre a sua experiência de vida é que se consegue também estabelecer quais são seus os padrões de comportamento inconscientes", comenta Torres.

Embora rica em insights sobre a psicologia humana, a natureza subjetiva da psicanálise levanta questões sobre sua classificação como ciência.

Enquanto a ciência tradicional depende de experimentos controlados e observações que podem ser medidas e replicáveis, a psicanálise muitas vezes baseia-se em leituras subjetivas.

Tais interpretações variam de pessoa para pessoa e não podem ser "repetidas" com outro paciente de maneira idêntica, como em um experimento de laboratório.

Essa subjetividade torna difícil validar a psicanálise, segundo alguns pensadores, nos mesmos termos que as disciplinas científicas mais rigorosas.


Sigmund Freud foi o criador da psicanálise
Foto: Veroraz/CC BY-SA 4.0/Wikimedia Commons

Freud errou?
Pasternak e Orsi não negam os benefícios de abordagens psicoterapêuticas na saúde mental humana e da sociedade como um todo.

Afirmam, entretanto, que não é possível dizer se a psicanálise funciona melhor do que outras abordagens, tendo ela algum valor clínico único. Além disso, alegam que os efeitos sentidos pelas indivíduos atendidos são mais atribuídos à relação pessoal entre paciente e terapeuta do que à linha terapêutica em si.

Os autores colocam a psicanálise no campo das pseudociências já que, segundo eles, faltam evidências empíricas que sustentem os preceitos de Freud. Na obra "Que Bobagem", sustentam que a existência do subconsciente psicodinâmico, base das investigações e conclusões tiradas pelo criador da psicanálise, não é comprovada.

"Se esse inconsciente psicodinâmico não está lá, então todo o empreendimento psicanalítico faz tanto sentido quanto hepatoscopia, a arte de prever o futuro examinando o fígado de animais sacrificados", escrevem no livro.

Além disso, resgatam relatos de pacientes que relatam não terem se beneficiado de sessões com Freud.

Defensores da psicanálise sustentam que não é lógico descartar todo o campo com base em limitações de teorias iniciais. Argumentam que a psicanálise, assim como todas as áreas do conhecimento, evoluiu e se diversificou ao longo do tempo, incorporando novas abordagens e métodos mais adequados.

Dunker, da USP, rebate a suposição de que casos clínicos sigam uma lógica indutiva de pesquisas — de que, quanto mais casos certos, mais a psicanálise tem razão. Ele atribui os casos de Freud citados como um indicativo de que a prática está sujeita a analisar seus próprios erros para se aprimorar.

"Os casos do Freud, com algumas exceções, foram casos de sucesso parcial e relativo. São casos com insucessos com os quais a gente apende", afirma.

Evidências em psicanálise

Psicanalistas apontam pesquisas que seguem padrões científicos e mostram os benefícios terapêuticos da abordagem psicanalítica no tratamento de distúrbios psicológicos, dos mais comuns aos mais complexos.

Lerner, da SBPSP, assina uma publicação da que contesta a obra "Que Bobagem".

No texto, alega que existem ensaios clínicos — randomizados e controlados com cegamento e tratamento estatístico de dados — de psicanálise e psicoterapia psicodinâmica que os autores não mencionam, apesar de seguirem as diretrizes metodológicas exigidas.

"Se eles estivessem citando e tivessem confrontado os dados, a gente teria um debate científico. Ignorar a existência de estudos tão robustos é um erro científico", escreveu Lerner na publicação.

Procurados pelo Byte, Pasternak e Orsi responderam às alegações afirmando:

"O mero fato de haver estudos sugerindo que determinado efeito é real, ou que determinada terapia funciona melhor que um placebo, não basta para estabelecer esses fatos — é preciso avaliar a qualidade dos estudos, dos controles aplicados e ver como eles se encaixam na totalidade da evidência sobre o assunto. No caso das terapias psicodinâmicas, o conjunto da evidência disponível indica que não funcionam melhor do que outras modalidades terapêuticas e que o principal efeito positivo, quando existe, é independente do aparato teórico utilizado (no caso, a teoria psicodinâmica) e depende crucialmente da pessoa do terapeuta".

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Estudos atestam evidências da psicanálise, rebatem especialistas
Foto: Freepik

O que é ciência, afinal?
Apesar dos últimos desdobramentos, o debate não é exatamente novo. O enquadramento da psicanálise no ramo das ciências é uma discussão que dura décadas. E pode-se dizer que o cerne da discordância entre os que acreditam e desacreditam na postura científica da psicanálise passa pela própria definição de ciência. 

"Seria um equívoco considerar a ciência como algo que possua uma circunscrição excessivamente clara e definitiva do que é e do que não é", diz João Lima de Almeida, doutor em filosofia e professor na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) que pesquisa a discussão filosófica da psicanálise e da psiquiatria.

Segundo o professor, os critérios básicos para algo ser considerado ciência envolvem a realização de uma investigação factual com um método de coleta de dados.

Essa investigação deve incluir a formulação de hipóteses que expliquem os fenômenos observados, sujeitas à avaliação pelos pares científicos.

Tais critérios, embora essenciais para conferir sentido à própria palavra "ciência" e reconhecer atividades como tal, são fluidos ao longo do tempo e adaptados pela prática das comunidades científicas. Eles podem (e devem) ser questionados para evoluir.

"Não acredito, pessoalmente, que a psicanálise possa se enquadrar em qualquer critério estrito ou até mais abrangente daquilo que a gente possa entender por ciência", diz Almeida.

"A psicanálise é e se reconhece como uma atividade terapêutica preocupada com a cura do sofrimento psíquico das pessoas. Se há ou não a cura, é outro tema", comenta.

"Eu queria desestabilizar essa oposição entre é uma ciência ou é uma pseudociência, falsa ciência, impostora", diz Dunker. Para o psicanalista, a psicanálise pode ser entendida no espectro de uma prática que se apoia na ciência.

"A psicanálise tem evidências, elas são concretas e feitas pelos métodos que não são os métodos psicanalíticos, são métodos de pesquisa experimental. Mas ter evidências não é suficiente para você dizer que é uma ciência; mas isso significa que também você não poderá dizer que é uma pseudociência".

(Fonte: Laura Intrieri) - 07/08/2023
O que é a bolha que esfria no Atlântico enquanto o resto do oceano esquenta

Em uma região do oceano perto da Groenlândia há uma anomalia na temperatura da água. Um novo estudo revela suas possíveis causas.


A bolha fria está perto da Groenlândia
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

À medida que as temperaturas do oceano esquentam, uma área significativa no Atlântico Norte parece estar contrariando essa tendência.

O mapa térmico não deixa dúvidas: no meio de um planeta colorido de vermelho e laranja, uma mancha azulada na região do oceano perto do Canadá e da Groenlândia revela temperaturas mais amenas.

Essa mancha é conhecida como cold blob em inglês ("bolha fria") e começou a ser observada há cerca de uma década.

A teoria mais aceita até hoje sobre essa anomalia persistente é que ela se deve a uma desaceleração em um sistema global de circulação oceânica chamado Atlantic Meridional Overturning Circulation, mais conhecido por sua sigla em inglês, AMOC.

Este sistema transporta água quente dos trópicos para o Atlântico Norte como se fosse uma esteira rolante.

Em termos simples, ele carrega água quente para o norte e envia água fria para o sul, abaixo da superfície.

Mudanças na atmosfera
Um novo estudo, no entanto, descobriu que mudanças em grande escala nos padrões climáticos podem desempenhar um papel importante na formação da bolha fria.


Um fenômeno conhecido como Oscilação do Atlântico Norte pode afetar a formação da bolha
Foto: NOAA / BBC News Brasil

"A mudança na circulação atmosférica é significativa o suficiente para induzir um impacto de longo prazo nos sistemas climáticos", explica Laifang Li, professora de meteorologia e ciências atmosféricas da Universidade Estadual da Pensilvânia, e coautor da pesquisa.

De acordo com esses pesquisadores, a Oscilação do Atlântico Norte (NAO, na sigla em inglês) também pode ter contribuído significativamente.

O NAO é um padrão de circulação atmosférica que envolve um sistema de baixa pressão perto da Islândia e um sistema de alta pressão perto das ilhas dos Açores, influenciando na forma como os ventos de oeste sopram no oceano.

Durante uma fase do NAO, os ventos sobre o Atlântico Norte subpolar se intensificam, explica Li. E isso causa um efeito semelhante ao de mexer um líquido quente com uma colher de chá para resfriá-lo.

"Quando queremos resfriar uma xícara de café quente, mexemos na superfície e isso promove a perda de calor. Isso é exatamente o que a intensificação dos ventos faz com a superfície do oceano: ela tem um efeito direto de resfriamento."

E, segundo os pesquisadores, essa fase do NAO tornou-se mais dominante no último século.

Isso ajuda a explicar por que a bolha fria não é um sinal de que não existe aquecimento global — mas apenas uma manifestação local contraintuitiva da mudança climática.

Impacto climático do fenômeno


Geleira enorme, com barco e pessoas ao lado
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Alguns estudos indicam que a bolha fria desempenha um papel na desaceleração do derretimento das geleiras nessa região do mundo, mas Li não está convencida de que haja uma relação direta.

"Não temos certeza de como a presença da bolha fria pode influenciar o gelo marinho do Ártico, porque a ligação entre a atmosfera, o oceano e a criosfera (as áreas da Terra onde a água está em estado sólido, e que inclui o mar, gelo, lagos, rios, geleiras, calotas polares e solo congelado) é um problema multifacetado que envolve processos que competem entre si", explica a pesquisadora à BBC News Mundo (serviço de notícias em espanhol da BBC).

Por outro lado, ela também não acredita que a bolha fria possa ajudar a baixar a temperatura do globo, já que ela cobre apenas uma parte da superfície do oceano.

"Quando calculada a média de todo o planeta, a contribuição da temperatura local para a média geral pode não ser significativa o suficiente para compensar os efeitos do aquecimento em outros lugares", diz ela.

No entanto, por se tratar de um fenômeno também afetado pelas alterações climáticas (pela forma como afeta os diferentes sistemas que integram a bolha), e também pela sua localização, os cientistas consideram importante acompanhar a sua evolução.

"Ela está localizada na região de formação de águas profundas que é crítica para o AMOC, um importante mecanismo de transporte de calor que mantém o clima habitável nas latitudes médias do Atlântico Norte", diz Li.

(Fonte: BBC News Brasil) - 07/08/2023
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Sobre o Portal da Florêncio de Abreu

O Portal da Florêncio de Abreu foi lançado em 01 de janeiro de 2002, tendo como objetivo principal a divulgação de empresas e produtos comercializados na região da rua Florêncio de Abreu no centro da cidade de São Paulo, focando-se principalmente em produtos voltados para a área de ferramentas e ferragens.